Não faz nadinha, lá em Washington, no fim da semana passada, o presidente da SIP - Sociedade Interamericana de Imprensa, Alejandro Aguirre chamou Lula de "falso democrata".
Aguirre disse o que a mídia brasileira não se anima a dizer. Talvez até o tenha dito e feito porque não vislumbre qualquer sinal de patrocínio estatal brasileiro, nenhum aviso prévio no emprego, ou quaisquer outros desses tipos de pressão que o poder de um governo usa e abusa quanto tem azia ao ver, ler ou ouvir notícias que não lhe agradam. Mas Aguirre disse. E com toda razão. Lula é mesmo um falso democrata.
Lula acha que estabelecer a sua igualdade social no patamar do fracassado Fome Zero é democracia... Estender bolsa-famiglia, cesta básica, crédito consignado e repartir miséria e dívida, jamais significará democracia.
Um governo que aumenta o salário mínimo do trabalhador e estrinica os ganhos dos aposentados, mas logo em seguida re/compensa perdulariamente os milhões de servidores públicos que terceirizou e terceiriza; um governo que pendurou e pendura nos cabides estatais milhares de portadores de carteirinha de companheiro, sem concurso e sem qualquer aptidão, não é um governo democrático nem aqui, nem onde quer que o diabo tenha perdido as botas.
Lula, desde que subiu a rampa do Palácio, se transformou num artista que domina a arte de fazer o povo acreditar que é o povo que está governando o seu próprio destino.
Lula nunca foi democrata: no tempo em que tinha que trabalhar, era só um pseudo-democrata revoltado; hoje, bem aposentado, bem anistiado e melhor empregado, é um falso democrata gordo, forte, de bem com a vida e que mal pode esconder seus ares de plutocrata.
Lula é aquele que não resta a menor dúvida: o Cara que não perde a oportunidade de fazer valer suas vontades, em função de sua imunidade, de sua altíssima e secretíssima conta de cartão corporativo, um segredo de Estado protegido pelo poder de censura - uma das paixões avassaladoras de todo governante absoluto.