Vencedor, não houve. Se há algum grande perdedor nesse primeiro embate entre os postulantes ao lugar de Lula, este foi a TV Bandeirantes.
Conseguiu maquiar o estúdio e plastificar a liberdade de expressão, ponto de referência para qualquer debate de idéias, programas e propostas. Continuou velha com ares de moderna. A Band, apesar da boa intenção, perdeu a chance de ser um fator atual e ativo de mudança social. Foi a grande perdedora:
01) não foi debate, foi embate;
02) um embate de compadrío, de golpes combinados;
03) já de saída, Inter x São Paulo na Globo goleou o debate na Band por 28 a 4 pontos de audiência pelo Ibope;
04) o roteiro emparedou mais o encontro do que goleiros andam emparedando namoradas por aí;
05) o script antigo e amordaçante foi uma afronta à liberdade de expressão;
06) o programa lembrou o tempo todo a série global "Vale a Pena Ver de Novo";
07) a pauta dos produtores escravizou os democratas que se digladiavam;
08) o 1° Debate de Presidenciáveis, na Band serviu apenas como chamada para a próxima atração. E esse vai ser mais um campeão de audiência na Globo.
RODAPÉ - Essa pirotecnia toda de produção alardeada para esses debates plastificados e engaiolados entre candidatos são verdadeira aulas de como não se deve produzir um programa de bancada na TV. Afora as vinhetas de abertura e encerramento e dos gastos com tinta, isopor e madeira, são o que há de mais barato no universo da produção televisiva. Sem levar em conta, é evidente, a pobreza democrática de quem estabelece as regras para os participantes. O fenômeno não é exclusividade da Band; ela apenas se deixou contagiar pelo vírus da hipocrisia que toma conta do 4° Poder.