A propósito, Lula reinaugura Palácio do Planalto nesta quarta-feira. A obra superou o ritmo de qualquer outra do PAC: saiu do papel. Após um ano meio o presideus trabalhador volta para despachar num Palácio cheio de riquefafes, mas com a cara do século XXI que, enfim, chega ao governo barsileiro.
O Palácio é modesto para que, por exemplo, saiu do ABC paulista: terá mobiliário da época e peças exclusivas assinadas por designers estrangeiros. É bom que fique bem claro: nenhuma delas roubará - ops! - os devidos espaços para materiais genuinamente brasileiros.
Foto: Reprodução/PR
Com salas maiores e espaços mais amplos, a maioria dos funcionários que trabalharam no Palácio até que as obras tivessem início será enviada para prédios anexos. Com as facilidades da informática, a ratatulha nem precisaria sair de casa. O Palácio cheio de figuras graúdas da República, de mordomos e servidores de cafezinho, talvez nem seja bastante para que o núcleo duro do poder se movimente com presteza. Mesmo que o seja, a presteza é outro departamento.De qualquer maneira, a reforma do Palácio custou apenas R$ 103 milhões. Um investimento pra lá de necessário, em razão da porcariedade de instalações hidráulicas, elétricas e do desgaste natural do edifício. Se mais essa obra de inspiração no PAC não fosse concluída, o ritmo de crescimento do país continuaria sendo o mesmo que até agora foi mostrado pelo governo Lula da Silva, despachando fora de lá. Seria impossível governar.
Certamente essa demora na reforma, com jeito de que nunca seria concluída, foi o que desestimulou Zé Serra em sua corrida rumo ao Palácio do Planalto. De quê valeria ser presidente do Brasil sem um palácio para desfrutar?!?
Os coordenadores da campanha de Dilma já estão tomando as devidas precauções para uma possível reação de tucanos e demos diante dessa nova e notável perspectiva de governar o país subindo a rampa de uma das mais requintadas sedes de governo do mundo.
Essa retomada do Palácio por Lula já não cheira bem no seio do partido dos trabalhadores do Brasil. Afinal, os metalúrgicos brasileiros continuam todos trabalhando em tornos hidráulicos de alto risco, em fábricas de todo tipo e feitio, com portas enormes de ferro fundido e cercas de metal.
Em todo caso, um portão de fábrica sempre pode ser usado para outros fins do que apenas dar acesso à labuta: pode servir, por exemplo, como plataforma de lançamento à rampa mais próxima de um palácio qualquer.