E A SOCIEDADE TAMBÉM
No tempo em que os moluscos mandavam no Brasil, um país com mais de 205 milhões de habitantes, localizado no Cone Sul do mundo, o crime organizado em conluio com o governo fez o Estado ser bandido.
O Estado bandido gradativa, sistemática e organizadamente se associou às mais poderosas forças-vivas da sociedade e passaram a tratar a coisa pública como se fossem uma privada. Às mais poderosas forças-vivas e às mais lheguelhés também. A zorra degenerou e generalizou.
O esquema se desenvolveu pelo que foi singelamente tratado como "estratégia de coalizão pela governabilidade".
REPÚBLICA DO PETROLÃO
Aderir ao sistema tornou-se fundamental para a sobrevivência na nova e florescente República do Petrolão que foi se alicerçando e se fortalecendo cada vez mais com base em um dos mais perniciosos jeitos de governar da história da humanidade: o poder garantido pela democracia de gabinete - regime em que um povo cabe na gaveta de qualquer bando formado por gaveteiros do governo e da iniciativa privada.
Os governantes, eleitos sabe-se lá porque tipos de artimanha, usando a capa da representatividade de um povo que gosta de ser governado porque se acha afilhado ou sócio daquilo que está no poder, ou daquele que exerce o mando e desmando, arrombaram e deixaram arrombar os cofres públicos.
Criaram assim uma rede de interdependência sustentada pela interatividade entre a coisa pública e a privada.
A LEI BURLANDO AS LEIS
O governo estabeleceu como definitivo o Estado bandido enriquecendo as tais forças-vivas do comércio, da indústria, do mundo da prestação de serviços.
Fez isso de tal forma que usando a lei burlou as leis, tornou trilhardários pela corrupção ativa quem já era bilionário que, com a dinheirama pública amealhada do povo com a mais alta carga de impostos do mundo, tornou milionários os agentes públicos das instituições dos três poderes constituídos - Executivo, Legislativo e Judiciário.
E não esqueceu e nem deixou na mão os operadores e receptadores da sociedade civil e dos organismos e grupos institucionais como o chamado 4° Poder, a mídia que vive e sobrevive de propinas em forma de patrocínios garantidores da liberdade do patrão, disfarce para a liberdade de expressão.
E assim é que se torna injusto dizer e até pensar que só os políticos e os governantes são corruptos nesse país.
REINO MAL-CHEIROSO
O Brasil hoje é um reino infestado pelo mau-cheiro de ativos e passivos que jogam a vida pública na privada. Essa fetidez chegou a um ponto tal que apodreceu o presidencialismo.
Hoje para o poder voltar a emanar do povo e em seu nome ser exercido, o presidente - seja ele lá quem for - não poderá ter o poder que tem nas mãos.
Precisa ser um homem desses qualquer sexo, uma pessoa comum eleita pela população comum. Um cidadão ou cidadã que, quando errar pague pelo erro cometido.
Isso, com o presidencialismo já não é mais possível no Brasil. Se alguma reforma tiver que ser feita com a participação do povo brasileiro, ela deveria experimentar antes de tudo e de mais nada, o parlamentarismo.
Para encurtar a História do Brasil: no parlamentarismo, o presidente pisa na bola e é chutado. Entra outro em seu lugar; se este pisar na bola, leva o chute. E assim vai até que as coisas entrem nos eixos. Onde há parlamentarismo hoje, as coisa vão bem, obrigado.
QUEDA DO GOVERNO
E DISSOLUÇÃO DO PARLAMENTO
No sistema presidencial uma crise política pode levar a uma ruptura institucional, já no parlamentarismo a questão seria resolvida com a queda do governo e, eventualmente, a dissolução regular do parlamento.
Mas isso é papo para mais adiante. Pra lá de 2018. Por enquanto a gente vai ter que se arrastar com esse Michel Temer e esse jeito de ir levando o Brasil para o fundo do poço, pois é assim que a Constituição prescreve.