A matéria é da Ansa:
Presidente italiano: decisão sobre
Battisti é 'incompreensível'
O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, afirmou que é "incompreensível" o modo como ficou "suspenso" o pedido de extradição do ex-militante Cesare Battisti. Em um evento realizado nesta segunda-feira em Roma, por ocasião do Dia da Memória das Vítimas de Terrorismo, o chefe de Estado relembrou as consequências dos Anos de Chumbo (1970-1980) para o país e citou o processo de extradição. As informações são da agência Ansa.
Segundo Napolitano, alguns fatos causaram "resíduos de prejuízos, mistificações que pesam na relação entre Itália e Brasil no caso da extradição, que ficou suspensa, de forma incompreensível, de Cesare Battisti". Já o ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, disse que "o sentimento do chefe de Estado é exatamente igual" ao seu: "é evidente que optamos por escolher aguardar as decisões do Supremo Tribunal Federal do Brasil e, portanto, quisemos evitar qualquer comentário, mas o sentimento do Chefe de Estado é exatamente o meu".
Cesare Battisti é ex-militante do grupo de extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Ele foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970. Foi preso no Brasil em 2007. Dois anos depois, recebeu o status de refugiado político do ex-ministro da Justiça Tarso Genro.
Seu caso foi julgado em 2009 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que aprovou a extradição, mas decidiu que a resposta final caberia ao presidente. Em seu último dia de mandato, o então mandatário brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva manteve o italiano no Brasil, com base em um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU).
O governo italiano questionou a legalidade do gesto do presidente, com base nos tratados bilaterais. Agora, o STF irá julgar se a decisão de Lula é válida.
RODAPÉ - Tasso Genro foi vaidoso e desalmado, inculcou na cabeçorra de Lula sua tese de advogado sincalista, apaniguando um criminoso condenado em todas as instâncias da Justiça italiana; Lula foi obtuso e medroso, diante do que determinava a lei, colocando-se acima dela, do bem e do mal; o Supremo apequenou-se e decidiu com toda sua prolixa retórica que não decidiria nada; Dilma agora, apenas se curva diante de mais uma das heranças benditas de Seu Encarnado, aquele que não desencarna do governo.