Nada menos de 20% dos senadores chegou à Casa do Polvo sem um único, um mísero voto popular. É uma tropa de 16 suplentes que, pelas mais variadas formas de escalada, dizem que representam o povo de seus respectivos estados. Até hoje não há notícia de que algum deles, um só deles, tenha feito voto de pobreza.
ACM Jr (DEM-BA) - Sabe muito bem como é senador. Talvez nem tanto saiba como é ser senador, nem por quê nem pra quê. É supimpa na Rede Bahia de Comunicação, dona do jornal Correio da Bahia. A rede é um conglomerado de concessões de rádio e televisão. Jamais ocupara um cargo eletivo até herdar o lugar de seu pai, Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007.

Carlo
s Dunga (PTB-PB) - Proprietário rural, já tem noção do é ser votado. Foi prefeito, deputado estadual e federal. A vaga de Cícero Lucena, afastado por motivo de saúde caiu no seu colo em 2 de abril de 2008. Seu currículo ostenta citação em relatório da CPI por envolvimento na máfia dos Sanguessugas. Mas isso não pode ser levado aos palanques numa próxima eleição porque foi excluído da denúncia do Ministério Público. Vai ter que usar outros argumentos se quiser se eleger senador com o voto popular. Quanto a seu futuro político, pelo que se vê, é mais sólido e garantido do que o Dunga de verdade na Seleção Brasileira.


Flexa Ribeiro (PSDB-PA) - Dono de construtora, nunca soube o que era ocupar um cargo eletivo na vida. Tem a seu favor apenas a tentativa de chegar ao Senado como candidato nas eleições de 1994. Errou o alvo.Mas não perdeu a presa: flechou a vaga de Duciomar Costa que, em 2004 foi eleito prefeito de Belém - terra onde nasceu... Fafá.





José Nery (PSOL-PA) - Um dia, foi vereador pelo PT. Rebelde, virou PSOLista. Abocanhou a vaga de Ana Júlia Carepa, eleita governadora do Pará em 2006.
Lobão Filho (MA) - Empresário. Nunca havia exercido mandato eletivo. Herdou a vaga de Edison Lobão Pai, nomeado ministro em 2008. Sabe que o homem é o lobo do homem. Dá os ares com o ministro Temporão, mas isso não quer dizer absolutamente nada.
Neuto De Conto (PMDB-SC) - Sabe o que é voto: foi vereador, deputado estadual e federal. Um conto daqui, outro conto dali, Neuto De Conto em conto em chegou lá. Começou no PTB, mas está no PMDB desde 1966. Entrou na vaga de Leonel Pavan, que foi eleito vice-governador de Santa Catarina em 2006;
Paulo Duque (PMDB-RJ) - Foi deputado estadual por oito legislaturas. Perdeu os cabelos à medida em que as eleições foram se sucedendo. Segundo suplente, ganhou a vaga de Sérgio Cabral, eleito governador do Rio de Janeiro em 2006; o primeiro suplente, Régis Fichtner, deixou o Senado em fevereiro de 2007, para assumir a chefia da Casa Civil do governo do estado do Rio.

Valter Pereira (PMDB-MS) -Devotado vereador, deputado estadual e federal é um desvotado como senador. Para chegar a tanto, simplesmente herdou a vaga de Ramez Tebet, morto em 2006;

Virginio de Carvalho (PSC-SE) - É líder da igreja evangélica Assembléia do Reino de Deus. Nunca havia ocupado cargo eletivo, embora estivesse acostumado a palanques, tantos púlpitos peregrinou por aí . Recebeu a vaga de Maria do Carmo, que se afastou para tratamento de saúde em 2008.
