
Agora, quase oito anos depois, todo mundo já sabe: quando Lula diz uma coisa, é outra. Referendou a lei de presunção da paternidade. Quer dizer, o homem dedurado pela mulher que se recusar a submeter-se ao exame de DNA será considerado pai e fim de papo.
No mesmo dia, acovardado pela queda da popularidade nas pesquisas, Lula trombeteou que não criou o Sarney; que Sarney não é problema dele é do Senado. Em suma: Lula disse que não é pai da criança. Não basta. Tem que participar, agora é lei. Um simples exame de DNA pode revelar que o sangue que lhes corre nas veias é o mesmo, sem tirar nem pôr.
Lula pode ser avô de Roseana. Como ele, o pai e a filha ocupam o mesmo espaço de proprietários da coisa pública, uma vez mais o Brasil assiste complascente e estático a um curioso e debochado caso de nepotismo desbragado. Pena que isso não dê em pena para nenhum deles.
ENTRELINHAS - Punição já seria demais. Basta que sejam da mesma espécie.
RODAPÉ - O Ministério da Saúde adverte: a ilustração no ângulo superior não quer dizer nada. Serve apenas como ilustração para os males que podem advir da politiquice aguda.